De dengue à oropouche: exame único fecha diagnóstico para 6 vírus

De dengue à oropouche: exame único fecha diagnóstico para 6 vírus

De dengue à oropouche: exame único fecha diagnóstico para 6 vírus

Diferenciar doenças que têm sintomas muito parecidos é um desafio que sempre demanda exames complementares. No caso das arboviroses, – infecções virais que são transmitidas por mosquitos -, febre, dores de cabeça e no corpo costumam estar presentes no momento inicial, quando o paciente procura o primeiro atendimento.

Pesquisadores de uma rede de laboratórios conseguiram criar um exame que, com uma única amostra de sangue, fecha o diagnóstico entre dengue, zika, chikungunya e as febres oropouche, Mayaro e amarela. A novidade adianta o tratamento dos pacientes e chega em um momento providencial, pois a incidência das arboviroses está aumentando por causa das mudanças climáticas.

Qual a importância de diagnosticar?

Apesar dos sintomas iniciais parecidos, as seis doenças podem ter evoluções muito diferentes se não forem acompanhadas da maneira correta. Pacientes com dengue, por exemplo, não podem tomar anti-inflamatórios não hormonais e medicações que contenham o ácido acetilacetilsalicílico.

Os pacientes com sintomas de doenças virais são orientados a fazer exames laboratoriais para que tenham certeza sobre o diagnóstico e para que haja notificação epidemiológica.

Normalmente, porém, os exames laboratoriais não são capazes de diagnosticar várias doenças ao mesmo tempo. Primeiro são feitos testes para aquelas que estão em maior circulação e, caso a resposta seja negativa, são realizados mais testes para encontrar a doença responsável pelos sintomas.

Na rede pública, o teste molecular mais usado é capaz de identificar o sorotipo de dengue, zika e chikungunya. No entanto, o acesso é mais restrito e os resultados chegam depois de cinco dias. O novo exame, que fecha o diagnóstico entre seis doenças diferentes fornece resultados entre dois a quatro dias úteis, a depender da região do país em que a coleta é realizada.

Como funciona o exame

A maioria das pessoas está acostumada a ver exames de teste rápido acontecendo em sua frente. São aqueles, como o do HIV, em que se coloca uma gota de sangue do paciente e se usa um reagente para saber da presença de anticorpos contra um vírus.

Razões técnicas, porém, complicam o diagnóstico das arboviroses. Para diferenciá-las, é preciso ir além da presença dos anticorpos, já que eles só começam a circular no organismo dias após o contato com o vírus e, no caso destas doenças, de ciclo curto, dias são extremamente relevantes.

“Com apenas uma amostra, o exame consegue detectar quantidades ínfimas de vírus circulando na corrente sanguínea e analisá-la, simultaneamente, para vários vírus. Como esse exame não depende da produção de anticorpos, ele detecta até o volume de vírus que está em circulação no organismo”, explica o infectologista Alexandre Cunha, do Sabin Diagnóstico, que participou do desenvolvimento do exame..

 

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