O governo brasileiro avalia que o resultado questionável das eleições presidenciais na Venezuela, com críticas dos Estados Unidos e União Europeia, deve frear o ímpeto expansionista do presidente Nicolás Maduro e conter uma eventual ofensiva contra a Guiana.
Para militares e diplomatas, ouvidos pela CNN, Maduro tem de se dedicar nos próximos meses a uma crise interna, já que sua legitimidade é questionada, e deve evitar, no médio prazo, criar uma nova polêmica mundial.
Na campanha à reeleição, o presidente venezuelano voltou a defender a anexação da região de Essequibo, que hoje pertence à Guiana. O discurso alarmou a comunidade americana sobre um risco de um conflito armado na região.
Segundo diplomatas brasileiros, o próprio Brasil reforçou recentemente ao venezuelano que, no caso de sua manutenção no poder, não aceitará uma invasão ao território da Guiana.
A aposta no governo brasileiro é de que, cada vez mais isolado na América do Sul, Maduro tentará, pelo menos neste primeiro momento, adotar uma política externa de diálogo, na tentativa de reconquistar um apoio considerável de países como Brasil e Colômbia.
O aceno, no entanto, é visto com desconfiança no Palácio do Itamaraty, sobretudo diante da possibilidade de serem apresentados documentos fraudados, em uma tentativa de legitimar a manutenção de Maduro à frente da Venezuela.