ASDEC: A força que protege os rios de Cacoal
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Meio Ambiente

ASDEC: A força silenciosa que protege os rios de Cacoal

Associação liderada por Edvaldo Moura atua há mais de uma década na preservação ambiental e socorro emergencial, tornando-se referência regional em sustentabilidade

10 de junho de 2025 • 14h30
Cacoal, Rondônia
Enquanto os rios urbanos de Cacoal enfrentam constantes ameaças ambientais, uma organização trabalha incansavelmente nos bastidores para preservar esses recursos vitais. A Associação Desportiva e Ecológica dos Pescadores de Cacoal (ASDEC) transformou-se, ao longo de mais de uma década, em muito mais que uma simples entidade esportiva: é hoje uma força de proteção ambiental e resposta emergencial que já salvou vidas e recuperou quilômetros de rios.
Ação de limpeza da ASDEC nos rios de Cacoal
Voluntários da ASDEC durante mutirão de limpeza do Rio Machado, uma das principais ações ambientais da organização em Cacoal.
Foto: Arquivo ASDEC

Em uma manhã de sábado qualquer, enquanto a maioria dos cacoalenses ainda dorme, dezenas de voluntários já se reúnem nas margens do Rio Machado. Equipados com luvas, sacos de lixo e embarcações próprias, eles iniciam mais um mutirão de limpeza que se tornou rotina mensal na cidade. À frente dessa operação está Edvaldo Moura, carinhosamente conhecido como "Montanha", presidente e fundador da ASDEC há mais de 12 anos.

Do hobbie à missão ambiental

Criada inicialmente para promover torneios de pesca esportiva, a ASDEC rapidamente expandiu seu escopo quando seus membros perceberam o estado crítico dos rios locais. "Começamos como pescadores, mas logo vimos que não adiantava pescar em rios poluídos. Tínhamos que cuidar deles primeiro", relembra Moura, que lidera a organização desde sua fundação.

"Nós da ASDEC sempre procuramos fazer limpezas nos rios de Cacoal e é muito legal ver o Governo ter também essa atenção. Esse apoio tem sido essencial para realizarmos eventos dessa grandiosidade e contribuirmos para o fomento do turismo e a preservação ambiental da nossa região."
— Edvaldo Moura, presidente da ASDEC

Resposta heroica nas enchentes de 2022

O verdadeiro teste para a ASDEC veio em fevereiro de 2022, quando Cacoal enfrentou uma das piores enchentes de sua história. Em questão de horas, os rios Pirarara e Machado transbordaram, deixando centenas de famílias desabrigadas e isoladas. Enquanto os órgãos oficiais ainda se organizavam, a ASDEC já estava em ação.

"Recebemos as primeiras chamadas de socorro ainda de madrugada. Em duas horas, tínhamos todos os nossos barcos na água", conta Moura. A organização mobilizou sua frota de embarcações, adquirida ao longo dos anos através de recursos dos torneios de pesca, para realizar resgates em áreas alagadas onde carros e caminhões não conseguiam chegar.

O fluxo da preservação

Parcerias estratégicas fortalecem as ações

O reconhecimento oficial veio em 2020, quando a ASDEC foi declarada entidade de utilidade pública pelo município de Cacoal. Hoje, a organização trabalha em estreita colaboração com a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (SEDAM), a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA) e outros órgãos públicos.

"A parceria com os órgãos públicos potencializa nossas ações. Conseguimos fazer muito mais quando trabalhamos juntos", destaca Thalitta Cota, gerente regional da SEDAM em Cacoal, que tem acompanhado de perto o trabalho da associação.

Olhando para o futuro

Para 2025, a ASDEC planeja expandir ainda mais suas atividades. Entre os projetos estão a implementação de um programa permanente de monitoramento da qualidade das águas urbanas e o fortalecimento de parcerias com instituições de ensino superior para desenvolver pesquisas aplicadas à conservação dos recursos hídricos regionais.

"Nosso sonho é ver Cacoal como referência em sustentabilidade urbana na Amazônia", projeta Moura. "E com o apoio da comunidade e dos órgãos públicos, acreditamos que isso é possível."

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