Manejo do pirarucu invasor gera renda e sustentabilidade em reserva extrativista de Rondônia

Manejo do pirarucu invasor gera renda e sustentabilidade em reserva extrativista de Rondônia

Com 22 toneladas retiradas dos rios em 40 dias, projeto alia conservação ambiental e fortalecimento econômico de famílias ribeirinhas.


Da Redação
– O manejo sustentável do pirarucu (Arapaima gigas) na Reserva Extrativista Estadual Rio Cautário, em Costa Marques (RO), vem transformando a realidade de dezenas de famílias que vivem no interior da floresta. Em 2025, durante duas etapas de pesca controlada, 415 peixes foram capturados, somando 22,7 toneladas de pescado e garantindo R$ 211 mil em receita total para as comunidades locais.

Sustento e oportunidade para famílias ribeirinhas
Mais de 40 moradores participaram diretamente da ação, atuando desde o monitoramento até a comercialização do pescado. O resultado se traduziu em renda individual de até R$ 5,3 mil para quem acompanhou todo o processo — um reforço significativo no orçamento de famílias que tradicionalmente dependem da castanha-do-Brasil e da extração de látex.

“Esse projeto está ajudando as famílias sem renda ou com renda baixa e melhorando a qualidade de vida das pessoas”, afirmou Regiane Ximenez, moradora da comunidade.

Controle de espécie invasora e equilíbrio ambiental
A pesca, realizada ao longo de 40 dias, foi coordenada pela Coordenadoria de Unidades de Conservação (CUC) com apoio da Coordenadoria de Licenciamento e Monitoramento Ambiental (Colmam). Além de gerar renda, o manejo tem como objetivo conter a expansão do pirarucu invasor, espécie que ameaça o equilíbrio dos ecossistemas aquáticos da região.

Segundo a analista ambiental Chirlaine Varão, coordenadora do projeto, o sucesso da iniciativa está no diálogo entre ciência e saber tradicional. “Cada etapa é pensada com base no conhecimento técnico aliado à experiência das comunidades. Esse modelo garante sustentabilidade e reforça o protagonismo dos moradores na conservação dos recursos naturais”, explicou.

Conservação com impacto econômico
Para o secretário da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), Marco Antonio Lagos, a ação representa um exemplo de gestão participativa. “O manejo mostra que a gestão ambiental pode ser eficiente e inclusiva, promovendo equilíbrio entre a conservação e o fortalecimento econômico das famílias extrativistas”, destacou.

O pescado oriundo do manejo já possui mercado garantido fora de Rondônia, com destaque para o estado de São Paulo — sinal de que o produto, além de sustentável, tem qualidade reconhecida nacionalmente.

  • Balanço do manejo em 2025
  • 415 pirarucus retirados
  • 22.775,6 kg de pescado bruto
  • 40 dias de pesca controlada
  • R$ 211.069,20 de renda total
  • Mais de 40 comunitários envolvidos
  • R$ 5.356,61 de renda individual (participação integral)

Com informações do Portal Voz da Terra

— Anuncie Aqui!

Últimas Notícias

Mais notícias