Mais do que facilitar o acesso a direitos básicos, ação do Ministério Público fortalece o sentimento de pertencimento em comunidades afastadas em Rondônia

Em um estado onde a distância geográfica muitas vezes se traduz em distância social, o projeto MP Itinerante, desenvolvido pelo Ministério Público de Rondônia (MPRO), tem se tornado um símbolo de aproximação, escuta e transformação. Mais do que levar serviços e atendimentos básicos, a iniciativa leva a certeza de que a justiça pode ser acessível e próxima, superando distâncias e barreiras.
Para moradores do Vale do Guaporé, o MP Itinerante foi uma ação verdadeiramente transformadora. Para muitos, foi a chance de vivenciar a Cidadania na prática e conquistar documentos que antes pareciam distantes e até mesmo impossíveis.
O projeto do MPRO percorreu os municípios do Vale do Guaporé em setembro, alcançando comunidades como São Domingos do Guaporé, Seringueiras, São Miguel do Guaporé e Urupá. Foram mais de 7 mil atendimentos realizados de forma gratuita durante toda a ação.

A força-tarefa, organizada com a ajuda de mais de 20 parceiros, garantiu a emissão e correção de documentos, atendimentos básicos de saúde, orientação jurídica e ainda oficinas sobre Direitos Humanos, Cidadania e Meio Ambiente.
Um olhar especial foi dado para as comunidades indígenas, quilombolas e às populações ribeirinhas, tudo com o apoio de dois importantes grupos do próprio Ministério Público de Rondônia, o Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente, Habitação, Urbanismo, Patrimônio Histórico, Cultural e Artístico (GAEMA) e o Grupo de Atuação Especial Cível e de Defesa dos Direitos Humanos, da Cidadania, do Consumidor, das Crianças, Adolescentes e Jovens e da Saúde (GAECIV).
Para o lavrador Wilson Gomes Brás, ao longo dos seus 64 anos, o momento foi fundamental e animador. “Muitas vezes, não temos como conseguir esses documentos. A presença dos órgãos nos ajudou bastante”, defendeu.
Já a servidora pública municipal Maria Joselina Dias fez questão de destacar o impacto prático da ação. “Ajudou muito, facilitou muito para todos”, garantiu.
Ao levar serviços para áreas isoladas do estado de Rondônia, o MP Itinerante trabalha na promoção dos Direitos Humanos, garantindo acesso a uma série de documentos, a maioria deles básicos. O acesso à Saúde, Informação e especialmente a ajuda legal que chega a quem sofre, muitas vezes calado, também tem transformado muitas realidades, nas diversas localidades onde o projeto tem chegado.

Criado para atender populações em áreas rurais, ribeirinhas, indígenas e distritos afastados, o MP Itinerante transforma cada parada em um dia de cidadania. Promotores de Justiça, servidores e parceiros se deslocam com estrutura móvel para oferecer orientação jurídica, atendimentos sociais, palestras educativas e encaminhamentos personalizados.
Jonas Piccoli, de 61 anos, aproveitou a oportunidade para se atualizar e garantir o novo documento de Identidade, o CIN. “Tenho muitas dificuldades com Apps e coisas de Tecnologia. Com essa ajuda, ficou tudo mais tranquilo e fácil. Isso eh ótimo!”, comemorou.
A iniciativa do Ministério Público de Rondônia, além de aproximar a comunidade do Estado, faz com que os cidadãos se sintam mais incluídos na sociedade que muitas vezes parece os manter afastados. O MP Itinerante surgiu para fortalecer a Cidadania nessas comunidades, lhes dando voz, identidade e presença.
Valdirene Pereira dos Santos, aposentada por invalidez, viu ainda a ação como uma oportunidade de economia. “Se não pudesse emitir aqui, teria que ir até Seringueiras, que não é pertinho. Moro aqui e aqui mesmo, sem gasto, ajudou muito”, concluiu.
Além dos atendimentos individuais, o projeto promove rodas de conversa com jovens, atividades educativas com crianças e articulação com lideranças locais. A ideia é fortalecer vínculos comunitários e prevenir violações de Direitos, criando uma rede de proteção que permanece mesmo após a visita.

(Texto: Giliane Perin e Luciana Kuster Kipert – Fotos: Arquivo MPRO)


