Impressão de selo ‘do rei bíblico Jeroboão é autêntica, diz novo estudo

Impressão de selo ‘do rei bíblico Jeroboão é autêntica, diz novo estudo

Uma emocionante descoberta arqueológica está lançando luz sobre a autenticidade de um artefato histórico relacionado ao rei bíblico Jeroboão II, que governou o Reino de Israel no século VIII a.C. Trata-se da impressionante impressão de selo conhecida como “bula de Shema”, cuja história começou a se desenrolar nos anos 1980 e que agora foi confirmada como genuína por meio de avançados testes científicos.

A história da bula de Shema teve início quando o Professor Yigal Ronen, engenheiro nuclear da Universidade Ben-Gurion e colecionador amador de antiguidades, a adquiriu em um mercado beduíno em Be’er Sheva. O pequeno caroço de argila continha a imagem de um leão rugindo e inscrições em hebraico antigo. Inicialmente, Ronen suspeitou que se tratasse de uma falsificação inspirada em um famoso selo de Megido, descoberto por arqueólogos no início do século 20, que havia sido usado pelo alto funcionário da corte do rei Jeroboão II.

No entanto, após quatro décadas de especulação, uma equipe de pesquisadores submeteu a bula a uma série de testes científicos avançados. Surpreendentemente, os resultados não encontraram evidências de falsificação. Os testes incluíram análises petrográficas, varreduras por microscópio eletrônico e análises isotópicas do oxigênio e do carbono na pátina da bula.

O Professor Yuval Goren, especialista em aplicar métodos científicos avançados a achados arqueológicos, destacou que “não se pode provar com certeza que algo é autêntico, mas pode-se provar uma falsificação, e isso passa em todos os testes”, indicando que a bula é provavelmente genuína.

A bula de Shema apresenta a mesma inscrição que o selo original de Megido, embora as letras estejam um pouco borradas e nem todas tenham sido totalmente transferidas para a argila. Além disso, a imagem do leão é de menor qualidade artística e detalhamento em comparação com o selo de Megido. No entanto, isso não diminui a importância da descoberta, pois a bula é a impressão de selo mais antiga conhecida com escrita hebraica antiga.

Acredita-se que a bula de Shema seja uma “bulla fiscal” usada pela administração real em Israel e Judá para selar remessas de impostos em espécie. Os testes também confirmaram que a bula se originou na região da Galileia e das Colinas de Golã, que inclui Megido e era o coração do antigo Reino de Israel.

A bula de Shema, mesmo sendo uma cópia do selo original de Megido, fornece valiosas informações sobre a administração e a sociedade do antigo Israel. Os pesquisadores sugerem que Shema, a quem o selo pertencia, provavelmente era um alto funcionário, possivelmente equivalente a um primeiro-ministro ou tesoureiro, que concedeu cópias de seu selo a outros funcionários para assinar recibos de impostos.

No contexto das descobertas arqueológicas, a bula de Shema é um achado quase inédito, já que existem muito poucas impressões de selos do Reino de Israel. Sua autenticidade confirmada é um marco na pesquisa arqueológica e fornece um vislumbre fascinante da história antiga de Israel. A bula está agora nas mãos da Autoridade de Antiguidades de Israel e provavelmente será exibida no Museu de Israel em Jerusalém, para que o público possa apreciar essa importante descoberta arqueológica.

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