COLUNA BOCA MALDITA – DESINFORMAÇÃO EDUCACIONAL EM CACOAL 

COLUNA BOCA MALDITA – DESINFORMAÇÃO EDUCACIONAL EM CACOAL 

REFORMA ADMINISTRATIVA

Segundo as informações que circulam nos bastidores políticos da capital de Rondônia, o governador Marcos Rocha se prepara para fazer diversas mudanças no quadro de assessores de primeiro ou segundo escalão do governo, nos próximos dias. O governo já teve algumas mudanças, como é o caso da saída do Secretário Chefe da Casa Civil, Júnior Gonçalves, que deixou o cargo após ter permanecido por mais de seis anos na pasta. Durante o período em que esteve em viagem a Israel, o governador recebeu duras críticas de Junior Gonçalves, que denunciou um suposto esquema de espionagem ilegal que estaria ocorrendo a partir da Casa Civil e com a participação direta do deputado Ribeiro do Sinpol. Segundo o ex-secretário, houve uma tentativa de usar o aparato do estado com a finalidade de perseguir adversários políticos do governo e até mesmo calar alguns veículos de comunicação do estado. O governador de Rondônia ainda não se manifestou sobre as denúncias, mas admite que terá uma conversa com seu vice, para tentar esclarecer alguns fatos.

DISPUTA DE PODER

As denúncias feitas pelo ex-secretário de Marcos Rocha certamente vão criar um clima de forte disputa interna dentro do governo, uma vez que o vice-governador, Sérgio Gonçalves, anunciou, poucos dias atrás, que pretende participar da disputa eleitoral do próximo ano, para o cargo de governador. A pretensão do vice pode ter sido uma das razões para os conflitos políticos que envolveram Junior Gonçalves, já que ele é irmão do vice-governador. O atual governador de Rondônia está em seu segundo mandato e não pode disputar a eleição pela terceira vez. Por este motivo, seu nome tem sido cogitado para entrar na disputa por uma das cadeiras ao Senado Federal. Entretanto, com o clima beligerante que se instalou no mundo político e dentro do próprio governo de Rondônia, a incerteza passa tomar conta da situação, porque as aparências indicam que Marcos Rocha pode tentar participar das eleições, mas não demonstra disposição de permanecer no grupo político de seu vice. Neste caso, existe uma grande possibilidade de que os dois grupos acabem fragilizados, facilitando as ações dos adversários do governo de Marcos Rocha.

FAVORITISMO EM XEQUE

Caso decida mesmo participar da eleição de 2026, o governador Marcos Rocha terá a obrigação de renunciar ao mandato, na primeira semana de abril do próximo ano. Assim, Sérgio Gonçalves assumiria o cargo em definitivo e passaria a ter o comando do estado. Se este cenário se confirmar, o governador ficaria sem o poder de controlar os aliados nomeados nas diversas pastas da estrutura governamental e isto significa perder muita força numa disputa eleitoral, já que a estrutura administrativa de um estado é o principal cabo eleitoral em uma disputa pelo cargo de governador e também ao Senado Federal. Neste sentido, a decisão do governador de disputar uma vaga de senador passaria a depender de Sérgio Gonçalves, em razão de manter ou não as nomeações feitas por Marcos Rocha numa eventual reforma administrativa. Por esta razão, deve ser do atual governador o interesse por manter a harmonia política com seu vice, uma vez que perder as raízes sólidas de um possível apoio governamental pode significar um grande problema para quem entra na disputa por uma cadeira de senador. Em paz com o vice-governador, Marcos Rocha poderia renunciar e manter seus principais aliados em cargos estratégicos do governo e isto somente é possível com muito diálogo. Apontado como um dos favoritos para a disputa, Marcos Rocha vai precisar de muita articulação.

DESINFORMAÇÃO EDUCACIONAL EM CACOAL 

Os vereadores de Cacoal parecem não ter percebido, ou não possuem as informações oficiais sobre a situação da qualidade de ensino nas escolas da rede municipal. Na sessão da última segunda-feira, vários vereadores usaram a tribuna da Câmara Municipal para dizer que existem alguns pequenos problemas, que o município precisa avançar, mas que muito evoluiu. Em algumas falas, ouviu-se até que as escolas de Cacoal foram premiadas pela qualidade do ensino. Nada disso é verdade. Se isto fosse verdade, o município não teria perdido milhões de reais em consequência dos baixos índices da qualidade de ensino que sofreram grave regressão nos últimos quatro anos e os dados oficiais foram apresentados à administração municipal pelo Tribunal de Contas do Estado de Rondônia. É possível que os vereadores não tenham entendido as informações, mas dizer que o município foi premiado pela qualidade do ensino não tem conexão com a realidade dos fatos. Um dos fatores que podem justificar a queda de rendimento foi a implantação do sistema multisseriado, em que alunos de diferentes séries ocupam a mesma sala com uma única professora. Esse modelo de ensino contribui para prejudicar a qualidade, embora os vereadores tentem esconder a realidade.

MODELO DE ENSINO

Numa tentativa de justificar os baixos resultados obtidos pelas escolas da rede municipal, alguns vereadores usaram a tribuna para dizer que, nos últimos dias, o município realizou um curso de aperfeiçoamento de professores e que isto era uma iniciativa para melhorar a qualidade do ensino das escolas municipais. Mas uma vez, nossos vereadores estão completamente equivocados, porque o curso ocorrido recentemente era voltado para o modelo de ensino com alternância, aquele modelo utilizado nas Escolas Família Agrícola. Em uma EFA, o modelo de ensino e as diretrizes didáticas e pedagógicas não têm nada a ver com o modelo de ensino das escolas municipais de Cacoal. Não existe, na rede municipal, nenhuma escola que aplica o modelo de ensino de alternância, aquele em que os alunos ficam 15 dias na escola e 15 dias em casa aplicando os ensinamentos. É assim que funciona uma EFA. Nossos vereadores poderiam fazer uma visita à EFA da Linha 10, apenas para conhecer como funciona, mas não é a mesma realidade das escolas municipais. Os vereadores precisam, com urgência, conhecer a realidade das escolas municipais, porque é deles o dever de cobrar ações concretas, em vez de jogar confetes.

GREVE ESTADUAL

Em uma assembleia geral realizada no dia 23 de junho, os professores e técnicos educacionais de Rondônia decidiram que vão entrar em greve, após o recesso do mês de julho. A decisão da categoria tem como principal motivo todas as promessas feitas pela SEDUC, no inicio deste ano e que até agora não foram cumpridas pelo governo de Rondônia. No mês de janeiro deste ano, o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação do Estado de Rondônia (SINTERO) encaminhou à SEDUC uma pauta contendo as reinvindicações dos profissionais. Entre os itens, consta o reajuste do auxílio alimentação dos professores e técnicos, que é de R$ 250,00, há quase 10 anos. Os profissionais também reivindicam a volta do auxílio transporte, benefício que foi retirado pela Secretaria de Educação do governo de Rondônia, no primeiro mandato do governador Marcos Rocha. Existem outros setores do governo de Rondônia onde o valor do auxílio alimentação chega perto de R$ 2.000,00, mas os profissionais da educação nunca exigiram esses valores. Desde o início do ano, a SEDUC prometeu dar uma resposta sobre as reivindicações dos trabalhadores, mas até agora nada aconteceu. Caso o governo não apresente uma proposta durante o mês de julho, será muito difícil conter a greve estadual na educação de Rondônia.

ANTIGOS ALIADOS

Durante a campanha eleitoral de 2022, o governador Marcos Rocha contou com o apoio público dos trabalhadores da educação, em sua grande maioria. Este fato pode ter sido decisivo para a vitória do governador no segundo turno das eleições daquele ano, porque a categoria da educação possui um enorme poder de mobilização. Agora, em função de tantas promessas não cumpridas pelo governo, professores e técnicos entraram para a lista de antigos aliados de Marcos Rocha e, caso ele não adote as medidas administrativas para cumprir as promessas que a SEDUC fez e não cumpriu, o futuro político do atual governador pode ser bem complicado, já que ele teria contra uma possível candidatura ao Senado da República com reporesentante de uma categoria que hoje está indignada com a situação. Pessoas próximas ao governador afirmam que ele tem intenção de disputar uma cadeira de senador, mas a insatisfação dos professores e técnicos educacionais de Rondônia pode representar um obstáculo dos mais complicados no caminho do governador ao Congresso Nacional. Ainda há tempo para corrigir a situação, mas a SEDUC não tem demonstrado boa vontade.

ASSISTÊNCIA SOCIAL

O município de Cacoal realizou, nos dias 25 e 26 de junho a Conferência Municipal de Assistência Social. O evento faz parte de um calendário que visa realizar conferências nos municípios para discutir e apresentar propostas voltadas para o campo da Assistência Social. Todas as propostas aprovadas em cada município são levadas para a Conferência Estadual onde são novamente discutidas, ampliadas e unificadas, visando criar um mecanismo que possa contemplar os diversos municípios com a instituição de políticas públicas de assistência social. Após a realização das conferências em todos os municípios e a realização da Conferência Estadual, acontece a Conferência Nacional, com a participação de todos os estados brasileiros e o Distrito Federal. Este tipo de conferência ocorre também em diversos outros setores, como cultura, educação, saúde e outros. A partir de conferências como esta que aconteceu em Cacoal, é possível criar políticas públicas de habitação, proteção ao idosos, pessoas com deficiência, populações tradicionais e outros setores da sociedade que muitas vezes carecem de ações do poder público.

 

CONTA DE LUZ

 

Depois que o Congresso Nacional derrubou a medida do governo que tinha como finalidade baixar os custos das contas de energia elétrica, diversos políticos de Rondônia apareceram para dizer que a decisão dos deputados foi correta e que a culpa por um possível aumento das contas seria do governo. Estas manifestações dos políticos de Rondônia estão muito longe de ser a realidade, porque a proposta do governo federal tinha como objetivo exatamente garantir custos mais baixos. Durante a tramitação da matéria, porém, os deputados ligados a grupos empresariais fizeram inúmeras alterações no projeto, visando beneficiar empresários do ramo de energia, o que acabou levando deputados da própria base do governo a votarem pela derrubada do veto presidencial.  Mesmo que muitas pessoas não gostem do governo Lula, e isto é democrático, não dá mais para esconder que este atual Congresso Nacional é, sim, um grande inimigo da sociedade, principalmente das camadas mais pobres. Desde 2023, dezenas de projetos apresentados pelo governo com a finalidade de beneficiar as camadas mais pobres da população foram atropelados pelos deputados e senadores. Caso as contas de energia venham a ficar mais caras, não há nenhuma dúvida de que o Congresso Nacional é o principal responsável por isso.

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