A inflação oficial do país desacelerou e ficou em 0,16% em março, mas não deu alívio ao bolso do consumidor. Apesar da perda de ritmo, os grandes vilões dos preços em março foram as frutas, legumes, serviços de streaming e transporte por aplicativo. Os dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (10).
O resultado foi influenciado pelo aumento nos preços dos alimentos e bebidas, que tiveram alta de 0,53%. Em destaque, estão as frutas, que subiram 3,75%. No grupo, o morango(21,62%) e o limão (15,36%) registraram as maiores altas. Entre os destaques, estão ainda o melão (11,40%), a banana prata (7,79%), o mamão (6,40%) e a laranja-pera (5,49%).
Legumes, verduras e hortaliças também contribuíram para este cenário, com destaque para o aumento dos preços da abobrinha (18,89%), cebola (14,34%), pimentão (10,12%) e couve (3,71%).
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis tiveram alta em março. Depois de alimentação e bebidas, o maior impacto veio do grupo saúde e cuidados pessoais (0,43%). O resultado foi influenciado pelas altas do plano de saúde (0,77%) e dos produtos farmacêuticos (0,52%). Destes, destacam-se o anti-infeccioso e antibiótico (1,27%) e o analgésico e antitérmico (0,55%).
Streaming e transporte por aplicativo mais caros
Os serviços de streaming também tiveram uma alta nos preços repassados aos assinantes que querem ter acesso aos benefícios oferecidos pelas plataformas. Em março, a inflação do setor chegou a 8,15%. Em 12 meses, o reajuste chegou a 9,29%.
No ano, o IPCA acumula alta de 1,42% e, nos últimos 12 meses, de 3,93%, abaixo dos 4,50% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. O teto da meta estabelecida pelo governo é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Em março de 2023, a variação havia sido de 0,71%.
No mês passado, os preços do transporte por aplicativo também pesaram no bolso do consumidor. A inflação do setor atingiu 2,45% em março. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o setor teve queda de 4,22%.
Inflação por região
Quanto aos índices regionais, todas as regiões, com exceção de Porto Alegre (-0,13%), tiveram alta em março. A maior variação foi registrada em São Luís (0,81%). Moradores de Belém, Aracaju, Goiânia, Recife, Fortaleza, Brasília, Rio Branco, Rio de Janeiro e Salvador também sentiram impacto mais forte dos preços em março, já que tiveram reajustes iguais ou acima da média brasileira.
Já o menor resultado – depois de Porto Alegre – foi registrado em Curitiba (0,03%).