Fim da guerra com o vice e retomada do controle político
Confira as notícias do dia por Cícero Moura

DECISÃO
Esta semana será determinante para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, que deve tomar uma das decisões mais emblemáticas de seu segundo mandato: a exoneração do vice-governador Sérgio Gonçalves do cargo de secretário de Estado.
DECISÃO 2
Assim, Rocha encerra, temporariamente, o capítulo conflituoso que se instalou dentro do próprio Palácio Rio Madeira.
DECISÃO 3
A medida — vista como inevitável por aliados do governador — colocará fim à guerra interna que se arrastava desde que Sérgio decidiu sair em defesa do irmão, o ex-chefe da Casa Civil Júnior Gonçalves.
AFIRMAÇÃO
Júnior fez acusações de formação de grupo paralelo de poder, perseguição a servidores e suposta prática de arapongagem.
TROCA
Os autores das práticas não republicanas seriam seus sucessores na Casa Civil. Gente que poderia estar até mesmo atuando com a conivência de Marcos Rocha.
INSTABILIDADE
O gesto de lealdade familiar foi interpretado por Rocha como insubordinação política e culminou num impasse institucional que ameaça comprometer a estabilidade administrativa.
EXONERAÇÕES
A saída de Sérgio da secretaria significa a perda de mais de 170 cargos comissionados, que vinham sendo usados como base para articular alianças e construir um projeto eleitoral independente visando 2026.
ARTICULANDO
Esses cargos formavam, na prática, o alicerce de influência política do vice-governador, permitindo negociações com lideranças municipais, distribuição de indicações estratégicas e presença em diversas frentes da administração estadual.
ENFRAQUECIMENTO
Ao perder essa estrutura, Sérgio Gonçalves fica isolado e enfraquecido, com seu projeto político gravemente comprometido.
NÃO ASSUME
A expectativa de que pudesse, eventualmente, assumir o governo em caso de afastamento ou renúncia de Marcos Rocha também se desfaz, diante da clara ruptura entre os dois.
OUTRA ESTRATÉGIA
Caso Sérgio deseje seguir candidato ao governo, terá de buscar uma nova legenda, montar equipe do zero e correr contra o tempo — cenário extremamente desfavorável para quem pretendia disputar com alguma robustez.
DÚVIDAS AUMENTAM
A declaração de Jair Bolsonaro abençoando, com todas as letras, que seus candidatos em Rondônia são Marcos Rogério para o governo e Bruno Scheidt e Fernando Máximo para o Senado continua provocando incertezas.
PORTA FECHADA
Ao fazer isso, o ex-presidente não apenas impôs nomes, como também fechou o cerco sobre a própria direita no estado — um gesto que, mais do que fortalecer aliados, cria um cenário de exclusão e engessamento político.
SOBERBA
Essa imposição verticalizada, vinda de fora, ignora a diversidade de lideranças locais e desconsidera o natural processo de construção política que deveria surgir do diálogo e do contexto regional.
EXCLUÍDOS
O resultado é a cristalização de uma trinca bolsonarista que não deixa margem para outros nomes que se alinham à direita, mas não necessariamente ao extremismo ou à cartilha personalista de Bolsonaro.
CULATRA
A estratégia pode ser um tiro no pé do bolsonarismo em Rondônia, porque transforma a direita num clube fechado, onde quem não comunga integralmente da cartilha é visto como traidor ou infiltrado.
JÁ ESTÃO APARECENDO
A médio prazo, essa lógica abre espaço para que nomes moderados e mais sensatos ganhem protagonismo.
EX-PREFEITO
É nesse ponto que figuras como Hildon Chaves entram com vantagem. Pré-candidato ao governo pelo PSDB, Hildon vem se posicionando como um político equilibrado, sem rompantes ideológicos, capaz de dialogar com setores da direita, do centro e até com alas mais pragmáticas da esquerda.
COMPORTAMENTO
Ao contrário dos candidatos “ungidos” por Bolsonaro, ele não impõe, mas constrói. E isso começa a ser percebido como um diferencial necessário em um momento de fadiga com discursos de ódio, polarização e promessas vazias.
OPÇÃO
Com a direita bolsonarista concentrada em apenas três nomes, o campo conservador mais racional pode migrar para alternativas que não estejam contaminadas por uma pauta radical.
VÁRIAS FRENTES
Hildon, nesse cenário, surge como um possível nome de convergência: alguém que pode unir setores do agronegócio, empresários, servidores públicos e eleitores cansados de gritos e confrontos, mas ainda avessos à esquerda tradicional.
ERRO
Bolsonaro, ao tentar selar o quadro eleitoral em Rondônia com uma canetada verbal, pode ter aberto sem querer espaço para o crescimento de um centro fortalecido e articulado, pronto para acolher os excluídos da sua própria direita. E quem ocupar esse espaço — desde que com inteligência e equilíbrio — poderá surpreender em 2026.
FRASE
O diálogo é a base da construção coletiva, onde ideias se encontram e pontes substituem os muros.